Embora o Transtorno do D\u00e9ficit de Aten\u00e7\u00e3o com Hiperatividade seja tradicionalmente associado \u00e0 inf\u00e2ncia, sua persist\u00eancia na idade adulta requer uma an\u00e1lise cuidadosa para diagn\u00f3stico e tratamento apropriados.<\/p>\n
Este artigo se prop\u00f5e a explorar os distintos sintomas de TDAH em adultos, e a oferecer insights sobre estrat\u00e9gias eficazes de tratamento.<\/p>\n
Uma compreens\u00e3o mais abrangente dessa manifesta\u00e7\u00e3o do TDAH na idade adulta \u00e9 essencial para fornecer o suporte necess\u00e1rio e melhorar a qualidade de vida daqueles que enfrentam esse desafio.<\/p>\n
Sou Lourdes Maria Rivera<\/a>, psicanalista integrativa Guia da Alma. Boa leitura!<\/p>\n Foto: SeventyFour – istock<\/p><\/div>\n TDAH \u00e9 a sigla para Transtorno do D\u00e9ficit de Aten\u00e7\u00e3o e Hiperatividade (em ingl\u00eas, Attention-Deficit\/Hyperactivity Disorder).<\/p>\n O TDAH \u00e9 um transtorno neuropsiqui\u00e1trico que basicamente afeta a capacidade de uma pessoa:<\/p>\n \u00c9 mais comum em crian\u00e7as, mas pode persistir, ou ser percebido, na idade adulta.<\/p>\n Segundo a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS), cerca de 3% da popula\u00e7\u00e3o mundial, ou perto de 210 milh\u00f5es de pessoas, s\u00e3o portadoras de TDAH. <\/strong><\/p>\n No Brasil, seriam cerca de dois milh\u00f5es de pessoas, segundo a mesma OMS.<\/p>\n De acordo com o DSM-5,<\/p>\n \u201clevantamentos populacionais sugerem que o TDAH ocorre na maioria das culturas em cerca de 5% das crian\u00e7as e 2,5% dos adultos.\u201d<\/p><\/blockquote>\n O Brasil possui uma associa\u00e7\u00e3o que trata do assunto, a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira do D\u00e9ficit de Aten\u00e7\u00e3o (ABDA) desde 1999.<\/p>\n Dentre as diversas atividades oferecidas por meio de seus N\u00facleos de Volunt\u00e1rios em sete capitais do pa\u00eds, a ABDA realiza mensalmente grupos de apoio gratuitos nas seguintes cidades:<\/p>\n A organiza\u00e7\u00e3o esclarece que n\u00e3o realiza diagn\u00f3sticos nem tratamentos, mas fornece indica\u00e7\u00f5es de profissionais qualificados.<\/em><\/p>\n Voc\u00ea pode estar se perguntando: ser\u00e1 que eu tenho TDAH?<\/em><\/p>\n Quem de n\u00f3s nunca perdeu um objeto, ou esqueceu um compromisso ou, ainda, n\u00e3o conseguiu se concentrar numa tarefa!? <\/em><\/p>\n Na atualidade, os est\u00edmulos externos s\u00e3o significativamente mais frequentes do que h\u00e1 duas d\u00e9cadas.<\/p>\n Nossos celulares emitem notifica\u00e7\u00f5es sonoras a todo momento, avisando que chegaram novas mensagens ou que um novo v\u00eddeo daquele canal que voc\u00ea segue chegou; atualiza\u00e7\u00f5es dos nossos eletr\u00f4nicos emitem ru\u00eddos a todo tempo…<\/p>\n Como manter a concentra\u00e7\u00e3o, aten\u00e7\u00e3o e foco com tantos apelos externos?<\/p>\n Se \u00e9 dif\u00edcil para quem n\u00e3o tem (ou n\u00e3o sabe que tem) TDAH, d\u00e1 para imaginar como \u00e9 para quem tem?<\/em><\/p>\n O que distingue comportamentos eventuais, como os frequentes em indiv\u00edduos com TDAH, \u00e9 o fato de que essas a\u00e7\u00f5es podem levar a disfun\u00e7\u00f5es completas em seu desempenho escolar, profissional, relacionamentos e vida di\u00e1ria.<\/strong><\/p>\n A ang\u00fastia que tais comportamentos recorrentes causam no diagnosticado com TDAH gera ansiedade e, em casos mais graves, depress\u00e3o.<\/p>\n O indiv\u00edduo experimenta sentimentos de inseguran\u00e7a e incapacidade, sendo ainda mais desafiador pelo fato de que, durante a inf\u00e2ncia, suas dificuldades costumavam ser erroneamente interpretadas como pregui\u00e7a.<\/p>\n Com frequ\u00eancia, na vida adulta, surgem problemas significativos no ambiente de trabalho devido \u00e0 procrastina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Infelizmente, algumas pessoas mal informadas acreditam erroneamente que superar essa situa\u00e7\u00e3o seria simplesmente uma quest\u00e3o de vontade e de se esfor\u00e7ar<\/em> um pouco mais.<\/p>\n Foto: SIphotography – istock<\/p><\/div>\n Existem alguns tipos de TDAH que tamb\u00e9m s\u00e3o aplic\u00e1veis a adultos, assim como em crian\u00e7as.<\/p>\n Esses tipos s\u00e3o baseados nas caracter\u00edsticas predominantes dos sintomas apresentados pelo indiv\u00edduo.<\/p>\n \u00c9 importante notar que os sintomas do TDAH podem variar ao longo do tempo e podem se apresentar de forma diferente em adultos em compara\u00e7\u00e3o com crian\u00e7as.<\/p>\n Os tr\u00eas principais tipos de TDAH s\u00e3o:<\/p>\n Foto: PeopleImages – istock<\/p><\/div>\n N\u00e3o h\u00e1 uma \u00fanica causa para o desenvolvimento do TDAH, mas um conjunto delas que inclui fatores:<\/p>\n O Manual Diagn\u00f3stico e Estat\u00edstico de Transtornos Mentais – DSM-5, ao considerar padr\u00f5es de sintomas, comorbidade e fatores de risco compartilhados, classificou o TDAH entre os transtornos do neurodesenvolvimento<\/strong>.<\/p>\n Entretanto, os mesmos dados tamb\u00e9m apresentaram uma base s\u00f3lida para associ\u00e1-lo aos transtornos disruptivos<\/strong>, que englobam dificuldades no controle de impulsos e conduta.<\/p>\n Segundo o DSM-5,<\/p>\n \u201cD\u00e9ficits prim\u00e1rios do TDAH podem causar preju\u00edzos na comunica\u00e7\u00e3o social e limita\u00e7\u00f5es funcionais na comunica\u00e7\u00e3o efetiva, na participa\u00e7\u00e3o social ou no sucesso acad\u00eamico.\u201d<\/p><\/blockquote>\n E \u00e9 categ\u00f3rico ao afirmar que<\/p>\n \u201co TDAH come\u00e7a na inf\u00e2ncia.<\/p>\n A exig\u00eancia de que v\u00e1rios sintomas estejam presentes antes dos 12 anos de idade exprime a import\u00e2ncia de uma apresenta\u00e7\u00e3o cl\u00ednica substancial durante a inf\u00e2ncia.\u201d<\/p><\/blockquote>\n O diagn\u00f3stico e o tratamento do TDAH geralmente envolvem uma avalia\u00e7\u00e3o completa por um profissional de sa\u00fade mental, que pode incluir um psic\u00f3logo, psiquiatra ou m\u00e9dico.<\/p>\n O tratamento pode incluir terapia comportamental, terapia cognitivo-comportamental, orienta\u00e7\u00e3o educacional e, em alguns casos, medicamentos, como estimulantes (por exemplo, metilfenidato ou anfetaminas), que podem ajudar a controlar os sintomas.<\/p>\n Sim, segundo o DSM-5, o TDAH tem um forte componente gen\u00e9tico e pode ser herdado.<\/strong><\/p>\n Estudos cient\u00edficos revelaram que o risco de desenvolver TDAH \u00e9 maior em indiv\u00edduos que t\u00eam familiares de primeiro grau (pais, irm\u00e3os) com o transtorno.<\/p>\n A hereditariedade desempenha um papel significativo na predisposi\u00e7\u00e3o ao TDAH.<\/p>\n No entanto, a heran\u00e7a gen\u00e9tica n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica influ\u00eancia no desenvolvimento do TDAH.<\/strong><\/p>\n Fatores ambientais tamb\u00e9m desempenham um papel importante, e a intera\u00e7\u00e3o entre fatores gen\u00e9ticos e ambientais \u00e9 complexa.<\/p>\n E por fatores ambientais podemos considerar:<\/p>\n Por que?<\/em> Porque a constitui\u00e7\u00e3o do psiquismo do ser humano se d\u00e1 desde que ele nasce (e antes at\u00e9, na barriga da m\u00e3e), por meio da intera\u00e7\u00e3o m\u00e3e-beb\u00ea.<\/p>\n Quando h\u00e1 “falhas” nesse processo, crian\u00e7as ou mesmo adultos que enfrentam essas dificuldades (resultantes do que podemos chamar de um ambiente inadequadamente favor\u00e1vel) recorrem, de forma inconsciente, a mecanismos de defesa para tentar organizar internamente o que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel organizar externamente.<\/p>\n Um ambiente an\u00e1rquico n\u00e3o favorece que a crian\u00e7a tenha foco ou concentra\u00e7\u00e3o. <\/strong><\/p>\n Um ambiente de isolamento ou abandono pode levar a crian\u00e7a \u00e0 agita\u00e7\u00e3o na tentativa de preencher o vazio. <\/strong><\/p>\n Um ambiente desorganizado ou imprevis\u00edvel pode levar a crian\u00e7a a desenvolver medos e ansiedades, porque ela nunca sabe o que ir\u00e1 acontecer com ela. <\/strong><\/p>\n Nesse contexto, ao abordar o conceito de ambiente suficientemente bom<\/em> ou de m\u00e3es suficientemente boas<\/em>, o psicanalista e pediatra ingl\u00eas Winnicott refere-se a m\u00e3es que s\u00e3o minimamente organizadas e atentas \u00e0s necessidades fundamentais de um beb\u00ea, tanto em termos fisiol\u00f3gicos quanto afetivos.<\/p>\n Alguns elementos que comp\u00f5em esse ambiente ou caracterizam uma m\u00e3e suficientemente boa<\/em> podem ser:<\/p>\n \u00c9 a m\u00e3e que d\u00e1 o tom, que d\u00e1 o ritmo da vida desse nenezinho.<\/p>\n Quando desafina, surgem as falhas.<\/p>\n Por isso, o v\u00ednculo m\u00e3e-beb\u00ea \u00e9 t\u00e3o fundamental.<\/p>\n Qualquer situa\u00e7\u00e3o que interfira negativamente no estabelecimento de um bom v\u00ednculo pode prejudicar de formas e graus variados o desenvolvimento ps\u00edquico da crian\u00e7a, gerando algum tipo de transtorno, como o TDAH, por exemplo.<\/strong><\/p>\n J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o a fatores neurol\u00f3gicos, podemos citar:<\/p>\n \u00c0s vezes eles se confundem, principalmente quando se trata de crian\u00e7as muito pequenas.<\/p>\n Entretanto, cada um deles \u00e9 um transtorno distinto<\/strong>, com suas caracter\u00edsticas e desafios espec\u00edficos, embora possam compartilhar algumas sobreposi\u00e7\u00f5es em termos de sintomas ou comportamentos.<\/p>\n J\u00e1 vimos que TDAH \u00e9 primariamente um transtorno de regula\u00e7\u00e3o da aten\u00e7\u00e3o e do controle de impulsos.<\/p>\n J\u00e1 a Dislexia<\/strong> \u00e9 um transtorno espec\u00edfico de aprendizagem com uma origem neurol\u00f3gica que afeta principalmente as habilidades de linguagem.<\/p>\n Caracteriza-se principalmente por:<\/p>\n N\u00e3o \u00e9 um problema de intelig\u00eancia ou vontade de aprender.<\/strong><\/p>\n Geralmente identificada na inf\u00e2ncia, continua ao longo da vida.<\/p>\n O Autismo<\/strong> (Transtorno do Espectro Autista – TEA) \u00e9 um transtorno do desenvolvimento que afeta a capacidade de uma pessoa de se comunicar e interagir com outros.<\/p>\n E como a pr\u00f3pria nomenclatura diz, possui diferentes gradua\u00e7\u00f5es.<\/p>\n Suas caracter\u00edsticas principais s\u00e3o:<\/p>\n Varia muito em severidade, com alguns indiv\u00edduos apresentando habilidades intelectuais significativamente impactadas e outros tendo habilidades intelectuais t\u00edpicas ou superiores.<\/p>\n As diferen\u00e7as-chave entre esses transtornos s\u00e3o relacionados \u00e0 origem e natureza:<\/strong><\/p>\n Foto: bymuratdeniz – istock<\/p><\/div>\n Embora o transtorno tenha uma base consistente em termos de desafios com aten\u00e7\u00e3o, hiperatividade e impulsividade, a maneira como estes sintomas se manifestam pode variar de acordo com a idade.<\/p>\n Veja mais!<\/em><\/p>\n Importante observar que para um diagn\u00f3stico de TDAH em adultos, geralmente \u00e9 necess\u00e1rio que os sintomas tenham come\u00e7ado na inf\u00e2ncia, mesmo que n\u00e3o tenham sido reconhecidos ou diagnosticados na \u00e9poca.<\/strong><\/p>\n Adultos frequentemente desenvolvem estrat\u00e9gias para lidar com os sintomas do TDAH, o que pode tornar algumas das manifesta\u00e7\u00f5es menos \u00f3bvias em compara\u00e7\u00e3o com as crian\u00e7as.<\/p>\n Mas, independentemente da idade, os sintomas de TDAH devem causar um impacto significativo no funcionamento di\u00e1rio ou na qualidade de vida<\/a> para serem considerados parte do transtorno.<\/p>\n\n
\nO que \u00e9 TDAH? Significado!<\/h2>\n
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Principais (e mais comuns) sintomas do TDAH<\/h3>\n
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Quais s\u00e3o os tipos de TDAH em adultos? Caracter\u00edsticas!<\/h2>\n
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O que diz o DSM-5 sobre o TDAH-CID?<\/h2>\n
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TDAH \u00e9 heredit\u00e1rio?<\/h3>\n
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TDAH, Autismo e dislexia: diferen\u00e7as<\/h3>\n
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Quais s\u00e3o as diferen\u00e7as nos sintomas de TDAH em crian\u00e7as e nos adultos?<\/h2>\n
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Sintomas de TDAH em crian\u00e7as<\/h3>\n
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Sintomas de TDAH em adultos<\/h3>\n
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