{"id":265039,"date":"2024-03-21T20:00:15","date_gmt":"2024-03-21T23:00:15","guid":{"rendered":"https:\/\/guiadaalma.com.br\/?p=265039"},"modified":"2024-03-21T21:10:05","modified_gmt":"2024-03-22T00:10:05","slug":"sindrome-da-impostora","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/stg.guiadaalma.com.br\/sindrome-da-impostora\/","title":{"rendered":"S\u00edndrome da impostora no trabalho e na vida: como superar?"},"content":{"rendered":"
Na semana da mulher, preciso falar sobre um assunto s\u00e9rio com voc\u00ea:\u00a0s\u00edndrome da impostora<\/strong>.<\/p>\n Essa \u00e9 uma s\u00edndrome que drena a autoestima e causa a sensa\u00e7\u00e3o de incapacidade na vida pessoal e profissional. Vamos saber mais sobre isso?<\/em><\/p>\n Foto: Delmaine Donson – istock<\/p><\/div>\n Apesar de n\u00e3o ser considerada uma doen\u00e7a mental pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade, esta s\u00edndrome \u00e9 bastante estudada.<\/p>\n Caracteriza-se pelo sentimento de aus\u00eancia de sucesso por n\u00e3o merecimento, seja no trabalho ou na vida, com pensamentos de perda de confian\u00e7a em si mesma. Segundo o Instituto de Psicologia, essa s\u00edndrome afeta principalmente as mulheres<\/strong>.<\/p>\n O termo\u00a0s\u00edndrome da impostora<\/em> foi citado pela primeira vez em 1978, no artigo The Impostor Phenomenon in High Achieving Women: Dynamics and Therapeutic Intervention<\/em>, em tradu\u00e7\u00e3o livre,\u00a0O fen\u00f4meno do Impostor em mulheres bem sucedidas: din\u00e2micas e interven\u00e7\u00f5es terap\u00eauticas<\/em>, escrito pelas psic\u00f3logas Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade da Ge\u00f3rgia.<\/p>\n Neste artigo foram analisadas 150 mulheres que haviam conseguido alcan\u00e7ar um sucesso palp\u00e1vel em suas profiss\u00f5es. Contudo, mesmo havendo evid\u00eancias das conquistas profissionais e acad\u00eamicas dessas mulheres, a sensa\u00e7\u00e3o que a maioria sentia era a de uma aus\u00eancia de valoriza\u00e7\u00e3o interna por si mesmas, sentindo-se fraudes.<\/p>\n Mas por que afeta principalmente as mulheres?<\/em><\/p>\n A resposta encontra-se em nossa cultura, cercada de quest\u00f5es socialmente estruturais que minimizam o esfor\u00e7o das mulheres, potencializando a sensa\u00e7\u00e3o de incapacidade e fraqueza.<\/p>\n Segundo a pesquisa realizada pela consultoria de neg\u00f3cios KPMG,\u00a0Acelerando o futuro das mulheres nos neg\u00f3cios<\/em>, quase 60% das executivas que foram entrevistadas afirmaram que sentem receio de que outras pessoas acreditem que elas n\u00e3o s\u00e3o capazes de desempenhar as fun\u00e7\u00f5es que j\u00e1 realizam.<\/p>\n Essa s\u00edndrome afeta n\u00e3o apenas a esfera profissional, mas tamb\u00e9m os relacionamentos interpessoais<\/a>, familiares e afetivos. Exemplo de mulheres famosas que apresentam caracter\u00edsticas da s\u00edndrome da impostora s\u00e3o Michelle Obama e Maya Angelou, por exemplo.<\/p>\n Tamb\u00e9m \u00e9 um sentimento que homens sentem, mas, em sua maioria, s\u00e3o experienciados por mulheres. Alguns pontos, para al\u00e9m do contexto s\u00f3cio-cultural, que podem influenciar que mulheres sintam essa s\u00edndrome s\u00e3o:<\/p>\n Veja, agora, os principais sintomas dessa s\u00edndrome:<\/p>\n Podendo contribuir para desencadear outros dist\u00farbios, como ansiedade e depress\u00e3o, a s\u00edndrome da impostora pode apresentar:<\/p>\n Segundo a psic\u00f3loga do Servi\u00e7o de Orienta\u00e7\u00e3o Profissional (SOP) e pesquisadora do Laborat\u00f3rio de Estudos sobre o Traalho e Orienta\u00e7\u00e3o Profissional (Labor), do Instituto de Psicologia (IP) da USP, a s\u00edndrome da impostora est\u00e1 diretamente ligada a:<\/p>\n Ou seja: a s\u00edndrome da impostora est\u00e1 diretamente ligada ao contexto cultural e social em que as mulheres est\u00e3o inseridas sobre estere\u00f3tipo de g\u00eanero, refor\u00e7ando o impacto psicol\u00f3gico negativo do machismo.<\/p>\n Foto: damircudic – istock<\/p><\/div>\n A escritora e pesquisadora Valerie Young, especialista em s\u00edndrome da impostora, categorizou, em seu livro, 5 subgrupos com caracter\u00edsticas padr\u00e3o de mulheres que apresentam essa s\u00edndrome:<\/p>\n Para essas mulheres, existem altas chances de serem desenvolvidos outros transtornos, como a s\u00edndrome de burnout CID<\/a>, tendo em vista que os n\u00edveis de estresse e queda da autoconfian\u00e7a s\u00e3o gigantescos, por acharem que o trabalho que realizam nunca est\u00e1 bom o bastante.<\/p>\n A sensa\u00e7\u00e3o \u00e9 a de que o trabalho deve ser perfeito o tempo inteiro, sem espa\u00e7o ou margem para qualquer errinho que seja. Dessa forma, h\u00e1 uma dificuldade para delegar tarefas, pois elas preferem fazer elas mesmas qualquer trabalho, por achar que s\u00f3 elas conseguem fazer bem feito o suficiente,\u00a0nunca sendo o suficiente<\/em>.<\/p>\n O resultado? Claro que altas doses de estresse e ansiedade<\/a>.<\/p>\n Aqui entram as mulheres workaholic<\/a>, termo que voc\u00ea j\u00e1 deve ter conhecido.<\/p>\n A origem da palavra workaholic<\/em> surgiu em 1968, pelo psic\u00f3logo Wayne E. Oates. O significado de workaholic \u00e9\u00a0viciado em trabalho.<\/em><\/p>\n Ele utilizou esse termo para definir pessoas que possuem uma\u00a0necessidade inesgot\u00e1vel de trabalhar<\/strong>,\u00a0tendo a rela\u00e7\u00e3o com o trabalho muito parecida com o v\u00edcio em drogas ou alcoolismo.<\/p>\n Pessoas com esse problema normalmente trabalham mais do que o turno estipulado para seu cargo, chegando a passar mais de 12 horas seguidas em expediente, podendo at\u00e9 levar trabalho para casa.<\/p>\n Podem preterir a rela\u00e7\u00e3o com amigos, c\u00f4njuge e familiares pelo trabalho, sempre checando o celular para ver se existe alguma pend\u00eancia, nunca aproveitando o tempo livre.<\/p>\n Al\u00e9m disso, as caracter\u00edsticas da personalidade de uma pessoa workaholic s\u00e3o relacionadas \u00e0 consist\u00eancia, como:<\/p>\n O esfor\u00e7o pelo trabalho, contudo, sustenta-se na tentativa dessas mulheres de provar que s\u00e3o dignas da posi\u00e7\u00e3o ou cargo que assumem. Dessa forma, est\u00e3o sempre em busca da valida\u00e7\u00e3o de seu trabalho por terceiros e o reconhecimento de que n\u00e3o s\u00e3o uma farsa<\/strong>.<\/p>\n Possuindo expectativas t\u00e3o altas quanto as perfeccionistas, as g\u00eanias medem a pr\u00f3pria capacidade em qu\u00e3o veloz elas conseguem aprender algo ou executar perfeitamente de primeira.<\/p>\n Caso ocorra algum erro s\u00e3o invadidas por um alarmante sentimento de vergonha, fazendo com que parem at\u00e9 mesmo de tentar, com a cren\u00e7a limitante<\/a> de que n\u00e3o ser\u00e3o nunca boas no que fazem.<\/p>\n Essas mulheres acreditam que pedir ajuda \u00e9 sinal de fraqueza. Portanto, creem que devem provar o seu valor sozinhas, sem envolvimento de ningu\u00e9m no processo.<\/p>\n As especialistas vivem sempre com o medo de serem lidas como mulheres inexperientes ou sem conhecimento.<\/p>\n Dessa forma, est\u00e3o sempre buscando se aperfei\u00e7oar e, por mais informa\u00e7\u00f5es que angariem, nunca \u00e9 o suficiente<\/em>.<\/p>\n Caso sintam que n\u00e3o sabem de algo s\u00e3o invadidas por um forte sentimento de quebra, culminando na s\u00edndrome da impostora.<\/p>\n Todas essas caracter\u00edsticas, por sua vez, possuem algo em comum: o sentimento de nunca acharem que merecem o que possuem<\/strong>. Como afirma a jornalista e empres\u00e1ria Daniela Arrais,<\/p>\n “Quem sofre com essa s\u00edndrome acha que nunca \u00e9 boa o suficiente ou que n\u00e3o merece o sucesso.”<\/p><\/blockquote>\n Foto: FG Trade – istock<\/p><\/div>\n A aus\u00eancia de confian\u00e7a em suas pr\u00f3prias habilidades e compet\u00eancias leva as mulheres a vivenciarem consequ\u00eancias destrutivas \u00e0s suas carreiras profissionais. Segundo pesquisa realizada pela empresa de tecnologia HP:<\/p>\n J\u00e1 o estudo\u00a0Acelerando o futuro das mulheres nos neg\u00f3cios<\/em>, realizado pela KPMG, afirmou que:<\/p>\n De acordo com pesquisa realizada pelo Working Mother Research Institute, 50% das mulheres j\u00e1 pensaram em largar os empregos em dois anos, devido a sentimentos permeados de:<\/p>\n Tendo isso em mente, as pesquisadoras Jodi-Ann Burey e Ruchika Tulshyan analisaram essa problem\u00e1tica no artigo\u00a0Parem de falar que as mulheres t\u00eam s\u00edndrome da impostora<\/em>, publicado na Harvard Business Review.<\/p>\n Neste artigo s\u00e3o levantadas as problem\u00e1ticas acerca da nomenclatura. Para tal, \u00e9 utilizada, no texto, a hist\u00f3ria de uma profissional preta, respons\u00e1vel pela organiza\u00e7\u00e3o de palestras que contariam com a presen\u00e7a de Barack Obama.<\/p>\n Mesmo que a profissional apresentasse as qualifica\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias para o cargo, seus colegas homens, no ambiente de trabalho, questionavam e\/ou vetavam suas decis\u00f5es ou ideias, fazendo com que ela come\u00e7asse a duvidar de suas pr\u00f3prias capacidades.<\/p>\n Tudo piorou quanto ela come\u00e7ou, tamb\u00e9m, a perceber que n\u00e3o era escolhida para fazer parte de alguns projetos e teve suas fun\u00e7\u00f5es reduzidas.<\/p>\n No artigo, as pesquisadoras apontam a carga negativa que o termo\u00a0s\u00edndrome da impostora<\/em> carrega, pois parece que h\u00e1 algo de errado com essas mulheres dentro do ambiente de trabalho e n\u00e3o o contr\u00e1rio.<\/p>\n Dessa forma, \u00e9 como se elas fossem culpadas por se sentirem como se sentem, muito parecido com os diagn\u00f3sticos de\u00a0histeria feminina<\/em>, comuns no s\u00e9culo XIX.<\/p>\n O fato \u00e9 que: a solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 em tentar mudar o comportamento das mulheres a partir de solu\u00e7\u00f5es individuais, mas estar atento a quest\u00f5es causadas por sistemas de discrimina\u00e7\u00e3o e abuso de poder que geram sequelas grav\u00edssimas na din\u00e2mica em sociedade.<\/p>\n Foto: Ridofranz – istock<\/p><\/div>\n Para que esse ciclo possa ser quebrado, as empresas precisam valorizar mulheres em cargos de lideran\u00e7a, como diretorias e conselhos que priorizem a diversidade e inclus\u00e3o, o que \u00e9 bom n\u00e3o apenas para as mulheres, mas para as empresas, de modo geral.<\/p>\n Aumentar a diversidade nos cargos de lideran\u00e7a leva ao desenvolvimento de maior inova\u00e7\u00e3o e melhor desempenho financeiro das empresas (Boston Consulting Group).<\/p>\n J\u00e1 a consultoria americana McKinsey afirma: institui\u00e7\u00f5es que preocupam-se com a diversidade de g\u00eanero s\u00e3o 21% mais lucrativas do que as que n\u00e3o pensam nisso. Portanto, as empresas devem implementar a\u00e7\u00f5es concretas focadas em programas de empregabilidade e desenvolvimento de lideran\u00e7as com foco em igualdade de g\u00eanero e inclus\u00e3o de diversidades.<\/p>\n Nossa CMO do Guia da Alma, Liana Chiaradia, revela em relato pessoal:<\/p>\n “Apesar de sempre ter sido muito comunicativa, quando comecei a empreender me sentia muito insegura para me comunicar ao fazer networking, falar sobre minha empresa ou fazer abordagens comerciais<\/strong>.<\/p>\n Essa inseguran\u00e7a foi ainda mais refor\u00e7ada em situa\u00e7\u00f5es, como:<\/p>\n Infelizmente, vai demorar muito at\u00e9 esse tipo de situa\u00e7\u00e3o mudar. N\u00e3o podemos esperar pelos outros, nem nos paralisarmos pela opini\u00e3o alheia<\/strong>. Temos que nos fortalecer para seguirmos firmes na dire\u00e7\u00e3o que queremos.”<\/p><\/blockquote>\n Leia o artigo completo: Protagonismo e empoderamento feminino: 5 aprendizados da minha jornada!<\/a><\/p>\n Foto: fizkes – istock<\/p><\/div>\n Existem algumas a\u00e7\u00f5es concretas que as empresas podem executar para implementar um ambiente mais diverso e inclusivo, como:<\/p>\n Foto: fizkes – istock<\/p><\/div>\n E na vida, como \u00e9 poss\u00edvel agir para contornar esse sentimento de incapacidade que a s\u00edndrome da impostora causa? Fique atenta a essas dicas:<\/p>\n Faz sentido pra voc\u00ea?<\/em><\/p>\n
\nS\u00edndrome da impostora: o que \u00e9?<\/h2>\n
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S\u00edndrome da impostora: sintomas<\/h3>\n
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S\u00edndrome da impostora e Psicologia<\/h3>\n
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Caracter\u00edsticas de mulheres com s\u00edndrome da impostora<\/h2>\n
1. A perfeccionista<\/h3>\n
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2. A super-hero\u00edna<\/h3>\n
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3. A g\u00eania<\/h3>\n
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4. A instrumentista<\/h3>\n
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5. A especialista<\/h3>\n
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Dados: s\u00edndrome da impostora<\/h2>\n
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S\u00edndrome da impostora e lideran\u00e7a feminina<\/h2>\n
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Como superar a s\u00edndrome da impostora nas empresas?<\/h2>\n
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Como superar a s\u00edndrome da impostora na vida?<\/h2>\n
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